História e Meio Ambiente

O Espírito Santo é um local de rara beleza e com grande quantidade de recursos naturais e minerais disponíveis. Ao longo dos séculos esses recursos foram explorados pelo homem de maneira acelerada, de forma consciente e em alguns períodos de maneira predatória e descontrolada.

Essas práticas levaram ao desaparecimento de elementos importantíssimos para a identidade do território capixaba, mas também, serviram para incentivar várias ações que despertaram o amor que possuímos pelas riquezas naturais do Estado.

A partir da segunda metade do século XIX, a cultura cafeeira inseriu o Espírito Santo na ordem capitalista internacional, fazendo com que a economia capixaba dialogasse diretamente com o mercado mundial, mais até do que com o mercado nacional. O século XIX representou um grande avanço para o desenvolvimento social e econômico dessa região e, ao mesmo tempo, o início da derrubada sistemática de suas matas nativas.


A República e a Industrialização

O fim do século XIX e o início do período republicano foram marcados pelo começo dos aterros dos manguezais e áreas alagadiças da capital, na busca de se melhorar o aspecto higiênico e visual da cidade. Enquanto isso, o noroeste do Estado era praticamente inexplorado economicamente e composto por grandes áreas de florestas habitadas pelos poucos índios nativos sobreviventes. Esses mesmos indígenas passaram, a partir de então, pelo processo de aculturação ou mesmo de eliminação, através de sucessivos conflitos pelas novas áreas agrícolas.

Após esse contato inicial e com o declínio da ocupação indígena ao norte do Rio Doce houve amplo incentivo à expansão socioeconômica, pelo governo de Florentino Avidos. A ampliação agrícola se mostrava indispensável, isso porque, a população capixaba concentrava-se na região centro-sul e extremo norte do Espírito Santo. Porém, desde o final do século XIX a exploração excessiva havia causado o empobrecimento do solo e onerado a produção agrícola ao ponto do valor pago não compensar os custos da produção.

Na sequência, a ditadura militar, iniciada em 1964, implantou uma política de recuperação econômica, fundamentada na execução dos chamados “grandes projetos industriais”. Nesse contexto, o setor industrial voltado para a exportação passou a receber estímulo do Governo, que resultou no acentuado desempenho apresentado a partir dos anos de 1970. Com destaque para a criação do polo industrial localizado ao norte da Capital. Os grandes projetos, porém, acarretaram uma série de problemas de cunho sócio ambiental, como poluição e inchaço urbano, falta de saneamento básico e moradia para a população, destruição dos ecossistemas nos terrenos onde as empresas eram instaladas, poluição e degradação dos recursos, entre outros.

A maioria das decisões que afetavam o meio ambiente extrapolava a esfera da política ambiental vigente. Era preciso definir formas para a inclusão da variável ambiental na equação do desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo, e assim assegurar a sustentabilidade ao longo do tempo. Buscar compatibilizar o crescimento econômico com a proteção do meio ambiente. Dentro dessa série de agravantes ao bem-estar da população e da alarmante degradação do meio, a partir da década de 70, o movimento ambiental ganhou força e começou a se organizar em torno das causas ambientais.


 

Os primeiros ativistas iniciaram um movimento contra a localização e implantação dos grandes projetos industriais de transformação, próximos à Capital do Estado.

Para acalmar a opinião pública e respeitando essa nova demanda, em 12 de outubro de 1979, o então Governador Eurico Resende, criou uma fundação destinada à preservação do meio ambiente no Estado do Espírito Santo, sob a denominação de Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEMA, vinculada à Secretaria de Agricultura.

Na década de 1980, novas articulações se formaram com o objetivo de propor a criação de uma Secretaria específica para tratar da pasta de meio ambiente no Estado. Nesses termos foi idealizada (para dar suporte e planejar a criação efetiva do órgão gestor de Meio Ambiente estadual), a SEAMA - Secretaria Extraordinária para Assuntos do Meio Ambiente, instituída por decreto em dezembro de 1987 e promulgada em julho de 1988.

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) foi criado em 2002 como uma entidade autárquica vinculada à SEAMA voltada para planejar, coordenar, executar, fiscalizar e controlar as atividades de meio ambiente, dos recursos hídricos estaduais e dos recursos naturais federais, cuja gestão tenha sido delegada pela União. O IEMA gerencia, coordena, implanta e executa a Política Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos, expedindo licenças ambientais ou pelo uso da água, analisa, viabiliza, monitora, fiscaliza, cobra, de forma isolada ou com o apoio de outros órgãos, além de propor criações de Unidades de Conservação, como Parques Estaduais, Reservas e Áreas de Proteção Ambiental.