Apresentação

Padre José de Anchieta, considerado “o Apóstolo do Brasil”, nasceu em Tenerife, nas ilhas Canárias, em 1534, e morreu no Brasil, mais precisamente no Espírito Santo, em 1597, no munícipio de Anchieta, conhecido na época como povoação de Reritiba ou Iriritiba. É fundador de cidades como São Paulo e foi missionário, gramático, poeta, teatrólogo e historiador.

Foi também um dos primeiros autores da literatura brasileira, autor da primeira gramática da Língua Tupi, de muitos poemas e cartas, entre elas a Carta de São Vicente – 1560, que é considerada a primeira descrição detalhada da Mata Atlântica que se tem conhecimento, quando era ainda um maciço florestal de 1.100.000 km², em equilíbrio, e onde habitavam milhares de indígenas, retirando da terra os subsídios necessários para sobrevivência.

A “Carta de São Vicente” foi escrita no final do mês de maio, sendo por essa razão o dia 27 de maio declarado como o Dia Nacional da Mata Atlântica, homenageando duplamente o relato da Mata Atlântica e o santo.

Concurso “As Belezas que Anchieta Viu”

O projeto “As belezas que Anchieta viu” surgiu da necessidade de conhecermos melhor a Carta de São Vicente, considerada o primeiro registro da descrição do litoral brasileiro. O texto traz uma narrativa detalhada das belezas da paisagem de um litoral com vegetação, fauna e cultura nativas em 1535, nos dando uma oportunidade de um olhar mais cuidadoso sobre parte do nosso litoral, um olhar que podemos imaginar como era há tempos atrás e o que podemos fazer pelo futuro desta mesma paisagem.

A carta traz a descrição de uma paisagem quase inexistente, o que faz a leitura ser uma experiência única de descoberta de espécies de seres vivos e costumes que foram vistos e registrados por Padre José de Anchieta.

Todo o projeto é um convite para que nosso olhar não seja apenas a ação mecânica do sentido da visão. O texto da carta nos dá elementos para que possamos perceber e refletir sobre essa paisagem que foi modificada durante os séculos que se seguiram; e as imagens nos permitem visualizar os fragmentos históricos, tais como o santuário de Anchieta e os remanescentes da mata atlântica no Espírito Santo, em boa parte preservados em unidades de conservação.

A exposição fotográfica aqui apresentada foi construída a partir de um concurso de fotografia, intitulado “As Belezas que Anchieta Viu”, cujo objetivo foi justamente resgatar as belezas naturais e culturais que o Padre José de Anchieta encontrou quando caminhou pelo litoral capixaba, viajando entre Vitória e Anchieta, a partir dos olhares modernos dos caminhantes de hoje em dia, trabalhando a valorização cultural, ambiental e paisagística da região por meio de fotografias.

Então, o convite está feito! Venha mergulhar na nossa história!