Mata Atlântica

Cobertura da Mata Atlântica Original

Os portugueses, quando chegaram ao Brasil, depararam-se com uma exuberante floresta com diversidade nunca vista antes: a Mata Atlântica. Naquela época, ela estendia-se por quase todo o nosso litoral, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, fazendo-se presente em 17 dos 26 estados brasileiros e correspondendo a cerca de 15% do nosso território. Avançava também por outros países, como a Argentina e o Paraguai.

Espírito Santo Original

A Mata Atlântica cobria todo o estado do Espírito Santo, apresentando-se de diferentes formas. Na região litorânea, há as Restingas, com características e adaptações para o desenvolvimento em solo arenoso, sobrevivendo à escassez de água e à grande insolação; e há também o Manguezal, berçário natural para inúmeras espécies. Na região de Linhares, existe a imponente Floresta de Tabuleiro, com árvores que crescem até 35 m de altura. Nas montanhas, desenvolveram-se florestas mais densas e com rica biodiversidade, como ocorre na região das Montanhas Capixabas, onde foram catalogadas 476 espécies de plantas em apenas 1 hectare — são 10.000 m2, tamanho equivalente a I campo de futebol. Mais ao sul, estão a Floresta Estacional Semidecidual, presente no Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, e os Campos de Altitude, no Parque Nacional do Caparaó.

Biodiversidade é toda a diversidade de vida existente, desde os animais e as plantas, até os micro-organismos, cada um exercendo a sua função no ambiente, relacionando-se uns com os outros, seja da mesma espécie, seja de outra.
O mapa ao lado é a Vista Aérea da Baía do Espírito Santo, feito em 1665 pelo famoso cartógrafo holandês Johannes Vingboons.

Cobertura Atual

Cobertura da Mata Atlântica atual

Habitada originalmente por populações indígenas que viviam de forma integrada com o ambiente, a degradação iniciou-se na Mata Atlântica somente após a chegada dos portugueses. O primeiro recurso natural explorado, de forma inconsequente, foi o pau-brasil (Caesalpinia echinata), utilizado para a construção de navios, casas e como corante vermelho para tecidos. Hoje, a espécie que deu o nome ao nosso país, encontra-se ameaçada de extinção.

Desde então, diversos ciclos de exploração da floresta e de desenvolvimento descontrolado ocorreram, restando, atualmente, apenas 12,4% da cobertura vegetal que havia na época do descobrimento. Os remanescentes mais relevantes encontram-se protegidos em unidades de conservação.

Lamentavelmente, enquanto você lê este texto, é provável que, durante este breve espaço de tempo, mais uma parcela da Mata Atlântica tenha sido destruída. As principais ameaças são:
  • Desmatamento

  • Incêndio Florestal

  • Exploração da madeira

  • Ocupação desordenada

  • Caça

Apesar de ter sofrido tanto com a devastação, a Mata Atlântica ainda apresenta uma grande biodiversidade. Cerca de 70% da população brasileira (incluindo nós mesmos!) dependem da conservação desse bioma, devido à sua fundamental importância, pois ele fornece água, regula o clima, a temperatura, as chuvas e protege as encostas de nossas montanhas.

O Espírito Santo Atual

O que ocorreu no Espírito Santo assemelha-se muito à forma como se deu a exploração e a degradação da Mata Atlântica nas demais regiões do Brasil. Entretanto, foi no início do século passado que houve um aumento de áreas de plantações e de pastagens, assim como do estabelecimento de grandes indústrias em solo capixaba, destacando-se, então, as consequentes agressões à biodiversidade local. Atualmente, restam apenas 16,4% de matas remanescentes no estado do Espírito Santo.