Conheça o Roteiro

Durante a caminhada coletiva oficial, o percurso é realizado em quatro dias, divididos nos seguintes trechos:

A Abapa monta pontos de apoio, chamados "oásis", aos andarilhos em intervalos constantes para fornecer água, frutas e medicação para as câimbras, bolhas e torções que inevitavelmente acabam surgindo nos menos preparados. Na ocorrência de algum caso mais grave, há ambulâncias prontas para remoção de acidentados. E aqueles que acabam desistindo no meio do caminho, também podem pegar uma carona nos carros de apoio da organização.

Também nos postos, as credenciais devem ser carimbadas para que no fim do percurso o andarilho receba o certificado de participação. É preciso ter pelo menos metade dos 16 carimbos, para comprovar que o trajeto foi cumprido.

Todo o percurso é marcado fortemente por aspectos ecológicos, históricos, religiosos e culturais. Talvez seja essa a receita que consegue atrair tanta gente, dos mais diversos lugares do país, em tão pouco tempo de implantação do projeto.



Dia 1

Entre Vitória e Barra do Jucu, em Vila Velha. São percorridos em média 25km.

Dia 2

Entre Barra do Jucu até Setiba, em Guarapari. Perfaz 28km.

Dia 3

Entre Setiba e Meaípe. São percorridos 24km ainda em Guarapari.

Dia 4

Entre Meaípe e Anchieta, na Igreja Matriz. Esses são os últimos os 23km.

Dia 1

Como Vitória é uma ilha, para chegar a Vila Velha o trajeto é feito em ônibus fretado até o Convento da Penha, marco da colonização do Estado. Seguindo sempre pelo litoral, a rota continua pelas praias urbanas de Vila Velha: Praia da Costa, Itapoã e Itaparica, com suas dezenas de quiosques contrastando com os modernos edifícios da orla, chegando a Barra do Jucu, conhecida como paraíso do surf e das bandas de congo. Aqui vale a pena uma pausa para degustar uma moqueca capixaba e ouvir os tocadores de congo, ao som ritmado dos tambores e das casacas.

Clique para ampliar

Dia 2

Enquanto o primeiro dia se passa quase todo em área urbana, no segundo trecho as praias são praticamente desertas. Saindo da Barra do Jucu, os andarilhos passam pela praia de Ponta da Fruta, que possui uma grande lagoa de água doce, para logo depois entrar na área de restinga, protegida pelo Parque Estadual Paulo César Vinhas. As próximas praias são um convite à reflexão interior e contemplação da natureza.

Apesar desse trecho ser considerado um dos mais bonitos, ele é também o mais cansativo, pois praticamente todo o percurso é feito na areia. A segunda parada para pernoite é feita em Setiba. A região é conhecida como point para praticantes de surf e canoagem em onda. Pois a praia de Setibão além de ser quase deserta, possui ondas fortes e bem desenhadas. Daí o local, assim como a Barra, ser reduto de surfistas.

Clique para ampliar

Dia 3

Mas apesar de todos os percalços do caminho, o andarilho certamente se sentirá recompensado no terceiro dia ao passar pela região conhecida por Aldeia e pelas Três Praias, em Guarapari, onde a natureza mostra suas enseadas caprichosamente desenhadas e emolduradas com pedras e ondas mansas e preguiçosas.

Guarapari, uma das cidades fundadas pelo Beato, é conhecida nacionalmente devido às suas praias de areias monazíticas, que possuem efeitos benéficos à saúde. Durante o verão, sua população chega a aumentar cinco vezes de tamanho, com turistas vindos principalmente de Minas Gerais e do planalto central, atraídos não apenas pelas poderes curativos das areias radioativas, mas também pela beleza das praias e agitação noturna.

Meaípe é o terceiro ponto de parada do roteiro. Essa charmosa enseada já foi classificada pelo Guia 4 rodas e pela mídia especializada em turismo como uma das praias mais bonitas do país. No verão a tranqüila enseada se transforma em um dos points mais badalados do litoral capixaba. Lá estão as mais agitadas boates do Estado.

São poucos os que se arriscam a uma esticada até as famosas boates da cidade. A ordem é guardar forças para encarar a última etapa da caminhada, sem contar que o aquecimento coletivo começa às seis e trinta da matina.

Clique para ampliar

Dia 4

A última etapa, de 23 km, é um resumo de todos os anteriores, pois alterna trechos onde se caminha em praias desertas, rodovias e estradas de terra. Em uma dessas estradas os andarilhos são saudados com pétalas de flores e palmas. Na beira das praias são encontrados poços naturais de água potável que, dizem, terem sido abertos pelo Padre Anchieta, ainda durante suas caminhadas para saciar a sua sede e a dos índios que constantemente o acompanhavam.

Ubu, uma pequena vila à beira de uma extensa praia de águas mansas, recebeu este nome quando Anchieta ali passou pela última vez. Carregado por uma multidão de cerca de três mil índios, seus esquife tombou, o que fez os índios exclamarem "Aba Ubu" – O padre caiu. Hoje, no local onde se diz ter ocorrido tal fato existe uma cruz, onde os andarilhos, ao passarem, viram-se de costas e atiram conchas, cada uma simbolizando um pedido que gostaria que fosse atendido pelo padre. Uma alusão às pedras que são atiradas por cima do ombro, no caminho de Santiago.

O último oásis do caminho fica na praia de Castelhanos, onde muitos esperam pelos que ficaram para trás, para poderem percorrer os últimos quilômetros e subirem as escadarias do santuário juntos. O grande prêmio da caminhada é a visão da escadaria que leva ao santuário de Anchieta, uma construção jesuítica de 1597, erguida pelo beato em seu último ano de vida com a ajuda dos índios tupis. Nessa hora, os participantes compartilham não só a refeição de boas vindas, mas também toda uma história de solidariedade, superação de obstáculos físicos, companheirismo e satisfação.

Clique para ampliar

Mapa interativo

Dica: clique na seta que está no canto superior esquerdo para ver os principais pontos de cada dia dos Passos de Anchieta